Princesas estereotipadas

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Raimunda Araújo
Raimunda Araújohttps://goiaspost.com.br/
Estudante do 3° período de jornalismo na PUC Goiás.

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Profissionais em artes visuais relatam seus objetos de estudo sobre as representações e construção das princesas da Disney             

Raimunda Araújo

O “Aladdin e Jasmine: Representações para quem”? É um estudo que atrai a atenção entre as mais diversas abordagens do pensamento feminista, dos estudos de mulheres criando narrativas de princesas visando a identificação de um público alvo.

Durante o 8° Simpósio da PUC Goiás, dia 18 de outubro, Ana Carolina Rocha Lisita, 30 anos, mestre em artes pela IDA/VIS UNB, licenciada em artes visuais pela FAV UFG juntamente com Patrícia  Rosenzweig, 44 anos, publicitária, doutoranda em arte e cultura visual pela universidade federal UFG, ressaltaram suas experiências em seus elementos de estudos e pesquisas.

Sentadas nas cadeiras de uma sala de aula, as profissionais mantiveram sempre um sorriso no rosto e a disponibilidade para responder quaisquer perguntas minha e de mais duas colegas estudantes de jornalismo. Numa conversa agradável uma colega pergunta a Patrícia Rosenzweig como os conteúdos em atuais filmes da Disney podem ter impacto na sociedade atual? “Pelos nossos estudos, sabemos que a Disney tem um posicionamento patriarcal, um olhar colonizador. Não se tem abertura desses filmes para este tipo de abordagem, mesmo por que o olhar da Disney é esse olhar hétero normativo” ressaltou.

“O que se percebe observando culturalmente todos esses filmes de princesas é que não se tem ainda espaço para esse tipo de manifestação”, afirma Ana Carolina.

Ana Carolina Rocha Lisita

Para Ana Carolina, uma coisa que a Disney faz é mapear, eles estão sempre com o conceito família muito forte. “A Valente foi uma das primeiras princesas a quebrar com a questão do príncipe, mas tendo como ponto central do filme a família. Se você for analisar todos os filmes da Disney de princesas na década de 1980 até 2017, sempre há esse olhar voltado a família, comenta. Ela (a Disney) entendeu que precisa seguir o que esse público está pedindo, como uma boa empresa para conseguir o consumo “maquiando aquilo para vender”.

Patrícia Rosenzweig

Patrícia  mencionou que o gênero não é um fator biológico e sim cultural. Ou seja, que somos formados culturalmente através de representações e que o filme é um dos aspectos que recebemos e nós formamos.

A questão central do estudo de gênero é entendermos que somos construídos com essa identidade de mulher. Não qualquer mulher, mas sim uma específica. Vemos nas princesas, por passar muito esse papel da feminilidade. Destacou Ana Carolina.

Sobre como a construção de princesa impacta as meninas que buscam se tornar uma, Patrícia ressalta que esta menina que nasceu em um meio hétero normativo e que assistem filmes da Disney, é impactada por essas princesas, que muitas das vezes é estimulada por sua mãe a frequentar escolas de princesa, na qual aprende como se comportar, se vestir, arrumar uma cama e servir o marido.

E a grande questão de impor comportamentos que também é implantado a partir de uma mãe que desejava ser uma princesa no passado e querem para seus filhos aquilo que não tiveram. “Temos que entender que a criança ainda é um ser em formação, então até em que ponto acabamos influenciando positivamente ou negativamente essa criança a seguindo neste caminho. Isso gera frustrações por que príncipes não existem, mas a Disney trabalha com a # sou princesa sou real”, destacou Rosenzweig

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